CAPITALISMO E REVOLUÇÕES NAS AMÉRICAS


O populismo emergiu na América Latina como uma nova proposta para fazer frente às velhas formas de dominação política capitaneadas pelas oligarquias nacionais, frequentemente comprometidas com o capital estrangeiro. Uma de suas marcas fundamentais é a relação de caráter pessoal entre as massas e o governante. Essa relação se caracteriza, principalmente, por uma política:


social-desenvolvimentista e de não intervenção do Estado, estabelecendo uma política de abertura às mudanças sociais e de crescimento econômico a partir da nacionalização de empresas privadas, com intensa participação do povo no poder.


socialista e paternalista, em que as massas assumem o poder após um período revolucionário e elegem um representante carismático para administrar o Estado e promover o desenvolvimentismo e mudanças sociais.


trabalhista e modernista, em que o Estado promove o bem estar coletivo e o desenvolvimento do sentimento nacional por meio da repressão aos movimentos operários e sociais, que buscavam desestabilizar a ordem capitalista vigente.


paternalista e personalista, em que o Estado é personificado na pessoa de um líder carismático, que tem o povo como depositário da legitimação de seu poder, numa relação marcada por uma lealdade pessoal à figura do governante.


caudilhista e personalista, em que o líder carismático estabelece alianças com os setores populares, mantendo uma estreita relação de poder e promovendo melhorias de caráter social e nacional.

Observe com atenção o mapa a seguir:

 Fonte: Acervo UNIUBE.

 

Os Estados Unidos impuseram seu imperialismo sobre a América Latina, definindo uma “política de portas fechadas”. Considerando os períodos de intervenções apontados no mapa, de fins do século XIX e início do século XX, pode-se afirmar que essa política imperialista teve por características:

 


Acúmulo de metais preciosos; protecionismo interno; exportação de manufaturas; intervenção do Estado na economia; colonialismo.


Supremacia militar; concessões para exploração econômica; construção de bases navais; diplomacia do dólar; crença na missão civilizatória.


Expansionismo externo; livre-comércio; solidariedade continental; desenvolvimento industrial; não-intervenção política.


Expansionismo territorial; isolacionismo interno; política da boa vizinhança; concentração e a centralização de capitais.


Intervenção militar; centralização de capitais; expansionismo interno; mercantilismo comercial; neocolonialismo.

Leia com atenção o fragmento:


O caminho para a revolução pela longa guerra de guerrilha foi descoberto um tanto tardiamente pelos revolucionários sociais do século XX (...). A própria palavra "guerrilha" não fazia parte do vocabulário marxista até depois da Revolução Cubana de 1959. (HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve século XX: 19141991. São Paulo: Cia das Letras, 1995.)


A guerrilha foi fundamental para a vitória do Movimento 26 de Julho, liderado por Fidel Castro e Che Guevara. Os revolucionários cubanos do movimento M267 fizeram a opção por essa estratégia por acreditar que:


a falta de um exército institucional levou os rebeldes a adotarem a tática de guerrilha para impor um golpe militar.


a ditadura instalada em Cuba eliminava a possibilidade de uma oposição ao regime por via legal.


o nacionalismo impedia a presença das camadas populares nos partidos de oposição ao governo Batista.


a adesão do grupo guerrilheiro ao comunismo impunha a luta direta contra o governo.


a ocupação militar norte-americana no país anulava outras formas de luta contra a elite política.

Leia com atenção o fragmento a seguir:

 

O imperialismo surgiu como desenvolvimento e desdobramento direto das características fundamentais do capitalismo em geral. Mas o capitalismo só se transformou em imperialismo capitalista quando chegou a um determinado grau, muito elevado, do seu desenvolvimento, quando algumas das características fundamentais do capitalismo começaram a transformar-se. (LENIN, 2007, p. 103).

 

A citação acima da obra de Lênin "Imperialismo: fase superior do capitalismo", envolve as origens e o desenvolvimento do capitalismo na fase imperialista. Podemos dizer que esta fase ocorreu quando:


iniciou-se o processo de centralização de poder pelas principais potências e com a intervenção do Estado na economia para garantir o monopólio capitalista.


permitiu-se a acumulação primitiva de capital, fundamentado no monopólio e no trabalho escravos nas novas áreas coloniais.


iniciou-se a livre concorrência como característica fundamental do capitalismo e da produção mercantil em geral.


expandiu-se os meios de produção, que se tornaram propriedades do Estado com o advento da Segunda Revolução Industrial.


expandiu-se a dominação dos monopólios e do capital financeiro e ganhou significativa importância a exportação de capitais.

Analise as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:


A emergência do imperialismo norte-americano efetivou-se, na América Latina, a partir da Guerra Hispano-Americana, iniciada em 1898, que resultou na independência de Cuba.

POR QUE

Após consolidarem seu desenvolvimento econômico interno, os EUA definiram seus objetivos prioritários de interesse no cenário internacional, entre eles, a política de intervenção em relação à América Latina, que assumiu contornos mais nítidos.

 

Sobre as afirmações acima, conclui-se que:


A primeira é verdadeira, e a segunda é falsa.


A primeira é falsa, e a segunda é verdadeira.


As duas são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.


As duas são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

As duas são falsas.

O período ditatorial sob o governo Pinochet marcou uma ruptura brusca com a democracia no Chile. Por sua estrutura democrática, diferenciada dos demais países da América Latina, o governo de Salvador Allende apresentava como proposta política:


um regime ditatorial de partido único com bases populistas, conhecido como Unidade Popular.


um governo socialista revolucionário inspirado em Cuba, que promoveria a ruptura com a dependência do capital estrangeiro.


a institucionalização do socialismo no país, promovendo a justiça social e a emancipação do capital estrangeiro.


a privatização de empresas e a aproximação com o socialismo soviético.


um regime de extrema direita que levou à imposição do socialismo no país e à modernização da economia.

Leia com atenção o fragmento:

“Ao buscar integrar as aspirações populares no projeto nacional, o Estado tomava para si a tarefa de modernizar as estruturas econômicas e assumir uma nova postura política de mobilização ideológica das massas pertencentes às camadas urbanas, a pequena burguesia e ao proletariado. Esse fenômeno político das massas foi de fundamental importância para a evolução política de vários países da América Latina”.


O fragmento trata do surgimento de um novo tipo de governo na América Latina, conhecido como:


Caudilhismo


Capitalismo


Imperialismo


Populismo


Liberalismo

Em 11 de setembro de 1973, o Chile sofreu um golpe militar que derrubou o governo do presidente Salvador Allende, iniciando um período de exceção que provocou o desaparecimento e a morte de milhares de pessoas no país.
Dentre os diversos antecedentes, podemos destacar que o fator que teve grande influência para o golpe militar foi:


o agravamento da crise gerada pela interrupção da política de reforma agrária que difundiu a violência no campo e justificou institucionalmente a intervenção militar.


o rompimento do compromisso político do governo Allende com a democracia expresso na supressão da constituição ao assumir a presidência do país.


a interferência estrangeira, destacadamente dos Estados Unidos, insatisfeitos com a opção ideológica em andamento no país expressa na via chilena para o socialismo.


a entrega à exploração internacional do sistema bancário e da exploração de cobre, símbolos do capitalismo chileno.


a insatisfação popular com as reformas liberalizantes que privatizaram ricos setores da economia chilena, tais como as indústrias siderúrgica e petrolífera.

As décadas de 1960 e de 1970, na América Latina, foram marcadas por ditaduras civis e militares. A nova ordem política legitimou-se em nome dos princípios da Doutrina de Segurança Nacional que, sob inspiração norte-americana, defendia:


a organização de políticas econômicas nacionalistas como forma de barrar o avanço do internacionalismo soviético.


a união entre burguesia nacional e as Forças Armadas latino-americanas contra os interesses tradicionais das elites agrárias.


o direito de sindicatos, associações e partidos políticos de se organizarem a favor dos interesses nacionais, no combate às idéias antidemocráticas.


a articulação política entre os governos do continente americano, no intuito de prepará-los para o combate ao comunismo.


a elaboração de políticas de integração continental inspirada na política desenvolvimentista empreendida no Brasil no período de 1950 a 1970.

Leia a citação a seguir:


"Isso é o que não nos podem perdoar: que aqui, sob seu nariz, façamos uma revolução socialista" (Declaração de Fidel Castro, a 16 de abril de 1961, pela primeira vez publicamente reconhecendo que Cuba era socialista. THOMAS, H., apud AQUINO, 2005, p.623)


O regime socialista de Cuba, desde a sua implantação, representou na América um exemplo de alternativa ao capitalismo, gerando reações imediatas de oposição por parte dos Estados Unidos. Dentre as ações impostas pelos EUA contra Cuba, na década de 1960, destacaram-se:


I - A criação da Emenda Platt à constituição cubana, que dava aos Estados Unidos o direito de intervir no país sempre que julgasse conveniente.
II - A tentativa de derrubar o governo cubano por forças contrarrevolucionárias apoiadas pelos Estados Unidos, no evento que ficou conhecido como "invasão à Baía dos Porcos".
III - A estatização as refinarias de petróleo americanas em Cuba, o que levou os líderes cubanos a buscarem apoio junto a URSS e declarar-se socialista.
IV - A imposição de várias sanções políticas e comerciais, a exemplo do rompimento das relações diplomáticas com Cuba e o estabelecimento de um bloqueio econômico contra o país.


É correto apenas o que se afirma em:


II e IV.


II e III.


II, III e IV.


I e III.


III e IV.

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